A anatomia da coluna é uma combinação notável de ossos fortes, ligamentos e tendões flexíveis, grandes músculos e nervos altamente sensitivos. Ela é projetada para ser extremamente forte, protegendo as raízes nervosas altamente sensíveis, e altamente flexível, fornecendo mobilidade em diversos planos. A maioria de nós toma esta justaposição de força, estrutura e flexibilidade para garantir nossas atividades diárias.
Algumas diferentes estruturas na coluna são capazes de produzir dor nas costas ou no pescoço. São elas:
· As grandes raízes nervosas que vão para as pernas e braços;
· Os nervos menores que inervam a coluna;
· Os grandes músculos das costas;
· Os ossos, ligamentos ou articulações;
· O disco intervertebral.
Desta forma, uma revisão da anatomia da coluna é importante para entendermos as causas de dores, ocasionando diversas avaliações para selecionarmos opções de tratamento.
A coluna é dividida em quatro regiões:
1. Coluna Cervical (pescoço): O pescoço suporta o peso da cabeça e protege os nervos que vêm do cérebro para o resto do corpo. Esta região da coluna tem sete vértebras (ossos) que se tornam menores quanto mais próximos da base do crânio. A maioria da rotação da coluna cervical vem dos dois segmentos mais superiores (C1-C2) enquanto que a maioria do movimento de flexão/extensão vem de C5-C6 e C6-C7 (cada segmento de movimento é nomeado pelas duas vértebras que o compõe).
A dor aguda no pescoço na maioria das vezes é causada por tensões em algum músculo, ligamento ou tendão (como de uma força súbita ou esforço do pescoço), e normalmente será reduzida com o tempo, aliados a tratamentos conservadores para alívio da dor (como uso de gelo e/ou aquecimento, medicamentos, manipulações quiropráxica ou osteopática, etc).
Pacientes com dor no pescoço com duração de duas semanas a três meses, ou com dor no braço significativa (dormência ou formigamento) pode se observar na maioria dos casos problemas anatômicos específicos. Por exemplo, dor que irradia para o braço, e possivelmente para as mãos e dedos, pode ser causada por uma hérnia de disco cervical ou estenose foraminal pinçando um nervo no pescoço. As opções de tratamento para a dor no pescoço serão diferentes dependendo do diagnóstico específico.
2. Coluna Torácica
As doze vértebras na parte superior das costas compõem a coluna torácica. A firme ligação com o gradil costal em cada nível da coluna torácica promove estabilidade e suporte estrutural para a parte superior das costas e permite muito pouco movimento. A coluna torácica é basicamente uma forte caixa projetada para proteger os órgãos vitais coração e pulmões. A parte superior das costas não é projetada para o movimento, e consequentemente, lesões na coluna torácica são raras. Entretanto, irritações dos grandes músculos das costas e dos ombros ou disfunções articulares na parte superior das costas podem ser muito dolorosas.
3. Coluna Lombar
A parte inferior das costas apresenta mais movimento do que a coluna torácica e também suporta todo peso do dorso, o que a torna a parte com mais decorrência de lesões da coluna.
O movimento na lombar é dividido entre cinco segmentos móveis, apesar de uma desproporcional quantidade de movimento estar nos segmentos mais baixos (L3-L4 e L4-L5). Observa-se, na maioria dos casos, nestes dois segmentos, suceptível desgaste (discoartrose). Os dois discos mais baixos (L4-L5 e L5-S1) sofrem maior tensão e são os mais prováveis a herniações. Isto pode causar dor e possivelmente, dormência que se irradia através da perna e desce para o pé (ciática).
A vasta maioria dos episódios de lombalgia é causada por tensão muscular. Mesmo que isso não soe como um sério problema, trauma nos músculos e outros tecidos moles (ligamentos, tendões) na parte inferior das costas podem causar dores fortes e debilitantes. A boa notícia é que tecidos moles têm um bom aporte sangüíneo, o qual leva nutrientes à área lesada e facilita o processo de cura.
4. Região Sacral
Abaixo da coluna lombar localiza-se um osso chamado sacro, o qual compõe a parte posterior da pelve. Este osso tem uma forma triangular e se encaixa entre as duas metades da pelve, conectando a coluna à metade mais baixa do corpo.
O sacro é conectado à pelve (nos ossos ilíacos) através das articulações sacrilíacas. A dor nesta região é freqüentemente chamada de disfunção da articulação sacroilíaca, e é mais comum em mulheres do que em homens.
O cóccix – ou osso caudal – está na região sacral no extremo final da coluna. A dor nesta região é chamada coccidinia e é mais freqüente em mulheres que em homens.
Atualizado em 21/11/2008
Dr. Jefferson Soares Leal