Doenças da coluna

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Discite da coluna tóraco-lombar

Discite da coluna tóraco-lombar

A discite é uma condição rara, supostamente infecciosa, que acomete o disco intervertebral de crianças. O diagnóstico, muitas vezes, é difícil, pois a criança afetada não é cooperativa e não expressa seus sintomas como o adulto. Deve ser diferenciada da osteomielite, que afeta crianças maiores, com maior repercussão no estado geral, nos exames laboratoriais e resultando em maior destruição óssea e formação de coleção piogênica.
A fisiopatologia da discite é pouco conhecida. Acredita-se que o tipo de vascularização do disco e do platô vertebral na infância favorece o crescimento bacteriano. A maioria dos autores propõe uma causa infecciosa para a discite, mas a cultura do aspirado do disco afetado é quase invariavelmente estéril.
A discite, geralmente, afeta crianças com menos de cinco anos de idade.  Ocorre sem febre ou com febre baixa, quase exclusivamente na região lombar, causando claudicação ou relutância para andar. Frequentemente, há uma contratura de defesa na musculatura posterior da coluna lombar que acentua a lordose fisiológica lombar.

Quando o processo inflamatório discal é predominantemente anterior, sintomas abdominais podem ocorrer.

A discite produz alterações laboratoriais discretas ou resultados normais.  A velocidade de hemossedimentação (VHS) aumenta pouco com média de 45mm/hora. A proteína C reativa (PCR) é normal ou ligeiramente aumentada. Alterações no PCR entre 0,3 e 2 mg/dl ocorrem em apenas 40% dos pacientes. O leucograma é normal em aproximadamente metade dos pacientes, com média de 12000 leucócitos/mm3. Os resultados da cultura do aspirado do local afetado da coluna vertebral são quase sempre negativos.
A radiografia, nas fases iniciais, é normal. Após duas ou três semanas, as radiografias podem mostrar diminuição do espaço discal.

A cintilografia é positiva em aproximadamente 90% dos casos, mas, assim como e a tomografia axial computadorizada, as alterações não são específicas.

A ressonância magnética é o exame de imagem mais apropriado para pacientes com dor lombar e radiografias normais. A ressonância pode não somente revelar o espectro anatômico da discite, mas também fornecer detalhes que podem justificar a necessidade de procedimentos invasivos para o diagnóstico diferencial. O sinal do disco é anormal nas imagens ponderadas em T2. Sinal anormal pode ser também visto na medular próxima ao platô vertebral adjacente ao disco afetado.
 O tratamento inclui o uso de analgésicos ou antiinflamatórios e antibioticoterapia.
A penicilina semi-sintética tem sido utilizada com bons resultados. A duração varia de 10 a 28 dias. Inicialmente o tratamento é endovenoso seguido por antibioticoterapia oral com cefalosporina de primeira geração ou dicloxacilina.

Discite da coluna tóraco-lombar
Por Dr. Jefferson Soares Leal
24/01/2009


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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